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A procura intensa de cuidados de saúde e o aumento da mortalidade observada em relação à esperada que se têm vindo a verificar, devem-se, como é do conhecimento geral, a três ordens de razões: as temperaturas excessivamente baixas que se verificaram, a circulação de vários vírus respiratórios e a atividade gripal em curso que, à data, é alta.

Além do fluxo atípico da procura há que referir algumas características dos cidadãos que recorreram a cuidados de saúde em urgência, nomeadamente a sua idade e a gravidade da sua situação clínica, que têm contribuído para uma maior intensidade e complexidade de prestação de cuidados.

Assim, relativamente à gravidade e à prioridade de cuidados, verifica-se nos serviços de urgência, um aumento de situações que, após a triagem, são sinalizadas com pulseira amarela e laranja. Aumentou também a proporção de doentes que foram internados na sequência de um episódio de doença com procura de serviços de urgência. Verifica-se uma mortalidade mais  acentuada na população com mais de 75 anos, sendo mesmo de referir que o aumento de óbitos, relativamente à média esperada, foi observado apenas nesta faixa etária. 

Observa-se, portanto, não só uma maior fluência aos serviços de urgência, como doentes mais idosos e com patologia mais grave. Pelo referido, medidas como a isenção de taxa moderadora em cuidados de saúde primários não teriam impacte significativo na dinâmica da procura e oferta de cuidados de saúde no País, nem contribuiriam para minorar outros impactes do surto sazonal de infeções respiratórias.

Aliás, há que referir que, nos últimos dias, a situação, tem tendido para a normalidade e os serviços têm tomado medidas para acomodar uma procura com as características referidas anteriormente.