Direção-Geral da Saúde

Implementação da campanha das precauções básicas de controlo de infeção

Plano de implementação da campanha das precauções básicas de controlo de infeção

Fundamentação

As Precauções Básicas de Controlo de Infeção (PBCI) são práticas básicas de prestação de cuidados, a implementar consoante os procedimentos clínicos e os seus riscos inerentes, tendo como objetivo a prevenção da transmissão cruzada de infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS). Complementarmente às PBCI, serão abordadas sequencialmente, as Precauções Baseadas nas Vias de Transmissão (PBVT).

As PBCI destinam-se a garantir a segurança dos utentes, dos profissionais de saúde e de todos os que entram em contacto com os serviços de saúde. Aplicam-se a todos os utentes independentemente de se conhecer o seu estado infecioso.

Por ser esta uma das áreas básicas da prevenção e controlo das infeções, com impacto também nas Resistências aos Antimicrobianos, o Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA) pretende em 2014-2015 implementar a Campanha Nacional das Precauções Básicas de Controlo de Infeção (CNPBCI), que inclui os seus 10 componentes, mantendo-se a Estratégia Multimodal para a Higiene das Mãos, como um dos seus componentes essenciais.

O lançamento desta Campanha teve lugar a 5 de Maio de 2014, no Evento Comemorativo levado a cabo pelo PPCIRA/DQS (Direção-Geral de Saúde).

Objetivos da CNPBCI
 
Prevenir as IACS e controlá-las de forma eficaz quando ocorrem, recorrendo a estratégias de eficácia comprovada, nomeadamente, as PBCI.

Fases da Campanha das Precauções Básicas

1ª fase: nomeação do interlocutor/coordenador da campanha, avaliação de base e de risco organizacional e diagnóstico da situação

A campanha será coordenada por um elemento do GCR e do GCL, respetivamente.

Ações a desenvolver:

  1. Contactar o Conselho de Administração (CA) da Unidade de Saúde e obter um compromisso de adesão e apoio político.
  2. Nomear um interlocutor/coordenador local da Campanha.
  3. Compatibilização dos protocolos locais de PBCI com a norma nacional de PBCI 029/2012, atualizada a 14/10/2013
  4. Avaliação de base: Realização de uma avaliação de base para conhecer o nível de implementação das PBCI nos serviços e identificar os pontos fracos
  5. Avaliação de risco organizacional: conforme previsto na norma nacional com os resultados da avaliação de base, Identificação das ações em curso nesta área na região ou instituição, análise dos resultados das auditorias já realizadas no ano transato.
    Esta avaliação de risco fornece uma baseline para a avaliação subsequente na fase de monitorização com comparação de dados evolutivos.
  6. Com base nos resultados fazer uma avaliação global das necessidades para a implementação das PBCI e dar informação de retorno aos stakeholders:  
    1. Analisar as razões de não cumprimento e identificar soluções, p.ex. rever os protocolos ou, criar novos protocolos, para facilitar o cumprimento.
    2. Identificar as principais barreiras e soluções para as abordar.
    3. Analisar a necessidade de melhoria das infraestruturas: disponibilidade dos EPI, contentores de corto-perfurantes, detergentes usados na limpeza, entre outros.
    4. Identificar as necessidades de aquisição de materiais.
    5. Identificar as necessidades internas de formação.
    6. Identificar os recursos humanos disponíveis para implementar a CNPBCI.
    7. Decidir soluções e estratégias de implementação.
  7. Definir um Plano de Comunicação institucional que releve os objetivos, os resultados e as melhorias conseguidas nesta área, desde o início da implementação da estratégia, e estabelecer o circuito de informação vertical entre GCL, GCR e Direção do PPCIRA.
    1. Considerar a possibilidade de divulgar uma newsletter regular (talvez trimestral?), dando feedback sobre os desenvolvimentos e progressos, fazendo pontos de situação, para manter o interesse e empenho de todos os intervenientes.
    2. Lembretes nos locais de trabalho: cartões de bolso, cartazes, folhetos informativos: para doentes e visitantes.

2ª fase - formação e treino

Envolver Direções de serviço e enfermeiros chefes nos objetivos traçados e na adesão às ações de formação e globalmente na implementação das PBCI.

Realizar ações de formação, após planeamento de conteúdos, definição de metodologias e identificação de docentes e discentes.

Os conteúdos devem ter em conta as áreas identificadas como prioritárias.

O PPCIRA disponibiliza material diverso: apresentação em Power- Point sobre as Precauções Básicas e Baseadas nas Vias de Transmissão; Casos práticos, para discussão; Material audiovisual: um vídeo; cartazes; um cartão (lembrete) de bolso para todos os profissionais de saúde sobre as PBCI e as PBVT, entre outros materiais adicionais. Este material deve ser adaptado à realidade regional e local. As ações de formação devem privilegiar os aspetos práticos, com simulação de casos clínicos.

3ª fase - implementação

Para cumprir o BUNDLE PPCIRA, dar prioridade aos cinco momentos na higiene das mãos, à monitorização da técnica adequada de higiene das mãos, ao uso adequado de luvas e à higienização adequada dos pontos críticos no ambiente de cuidados de saúde.

  1. Priorizar os cinco momentos da higiene das mãos e a técnica correta desta prática, uso adequado de luvas e higienização de pontos críticos no ambiente de cuidados de saúde, como áreas de intervenção central.
  2. Após as formações, verificar se há adesão às PBCI.

4ª fase - monitorização/avaliação

  1. Repetir a avaliação de base: avaliação de progresso:
    Observação da técnica dos cinco momentos de higiene das mãos e da técnica de higiene das mãos;
  2. Monitorização regular (semestral/anual?) da higienização dos pontos críticos do ambiente de prestação de cuidados.

Etapas da Campanha das Precauções Básicas

  • Fase 1: Avaliação do risco e planeamento das estratégias – até final de 2014;
  • Fase 2: Implementação – 1.º semestre de 2015;
  • Fase 3: Auditoria e monitorização – em cada departamento, após 6 meses de formação/treino;
  • Fase 4: Avaliação de progresso – final de 2015.

Será dada continuidade à CPBCI, a partir de Janeiro de 2016.