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DGS lança manual sobre alimentação saudável nos cuidados de saúde primários
O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde publica hoje o modelo de “Aconselhamento breve para a alimentação saudável”. Com a sua implementação nos cuidados de saúde primários pretende-se tornar universal a promoção da alimentação saudável, melhorar a qualidade da intervenção dos diferentes profissionais e uniformizar procedimentos.
O modelo de aconselhamento é um guia de referência que contempla diversas ferramentas que podem ser utilizadas pelos diferentes profissionais de saúde no contexto da sua prática clínica. As ferramentas possibilitam uma abordagem inicial, breve, que em média não deve exceder os 10 minutos, e assentam nos modelos de intervenção motivacional, reconhecendo assim as dificuldades inerentes à mudança do comportamento alimentar.
Pretende-se que a implementação do modelo de aconselhamento breve e das ferramentas nele contempladas possa conferir uma maior qualidade às abordagens nas áreas da promoção da alimentação saudável, da prevenção e do controlo das doenças crónicas.
As orientações técnicas baseadas na evidência e a harmonização de práticas e procedimentos permitem níveis elevados de eficácia e ganhos em saúde. Por outro lado, a padronização de protocolos confere uma maior eficiência ao funcionamento dos serviços, garantindo uma base de intervenção comum facilitadora da monitorização e avaliação.
A implementação generalizada do aconselhamento breve para a alimentação saudável nos cuidados de saúde primários e a identificação precoce de indivíduos que necessitem da intervenção diferenciada aumenta ainda as oportunidades de referenciação para os Cuidados Personalizados de Nutrição e uma melhor articulação entre os nutricionistas e demais profissionais de saúde.
A carga da doença associada às doenças crónicas (diabetes mellitus, obesidade, doenças cardiovasculares, dislipidemia...) é elevada na população portuguesa e os hábitos alimentares inadequados estão entre os cinco fatores de risco que mais contribuem para a perda de anos de vida saudável e para a mortalidade.
A elevada prevalência de doenças crónicas associadas à alimentação inadequada na população portuguesa exige que o aconselhamento para uma alimentação saudável seja uma constante na prestação de cuidados de saúde. Este deve ocorrer quer no contexto da prevenção quer no contexto da terapêutica e controlo destas doenças, já que a intervenção assente na mudança de estilos de vida, nos quais a alimentação se inclui, faz parte das guidelines para a terapêutica das doenças crónicas mais prevalentes.
A intervenção precoce ao nível dos cuidados de saúde primários e´ uma abordagem que pode contribuir para a diminuição da progressão para doença (ex: pré-diabetes e pré-obesidade), para o melhor controlo após a sua instalação, para o menor risco de complicações associadas e, consequentemente, para a menor utilização de serviços de saúde especializados no futuro (ex: cuidados hospitalares).