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Arrancou a 2.ª fase do estudo internacional I-SHARE

Arrancou a 2.ª fase do estudo internacional I-SHARE

A segunda fase do I-Share, Estudo Internacional sobre impacto da pandemia COVID-19 na saúde sexual e reprodutiva da população, já se encontra a decorrer, tendo como objetivo compreender o impacto das medidas impostas pela COVID-19, quase um ano após o seu início, na saúde e bem-estar sexuais e reprodutivos. 

Os responsáveis pelo estudo pretendem avaliar os efeitos prolongados da pandemia ao longo do tempo na população portuguesa, uma vez que é provável que as medidas decorrentes da COVID-19, tais como o isolamento físico e o confinamento, continuem a ter impacto sobre comportamentos sexuais, saúde reprodutiva e bem-estar psicológico da população. 

Na primeira fase, o estudo, que contempla dados de 33 países dos 5 continentes, contou com a participação de 3.322 pessoas residentes nas várias zonas de Portugal Continental, assim como nos Açores e Madeira. 

Liderado a nível global por um consórcio que inclui a Universidade de Ghent, a London School of Hygiene and Tropical Medicine e a ANSER (Rede Académica de Políticas de Saúde Sexual e Reprodutiva), o estudo é conduzido, em Portugal, pelo SexLab, contando com a coordenação do Professor Doutor Pedro Nobre e da Dr.ª Inês Tavares.

Na primeira fase deste estudo, 70% das mulheres e 65% dos homens referiram estar a seguir bastante as medidas de distanciamento social. Relativamente a aspetos de saúde mental, mais de 60% dos participantes considera que a COVID-19 teve um impacto negativo em vários aspetos, nomeadamente frustração com as medidas impostas (62%), medo de ficar infetado (67%), ou medo de tocar em coisas fora de casa (41%). 20% dos participantes referiu comportamentos obsessivos/compulsivos sobre a COVID-19. Preocupações com a situação financeira são bastante prevalentes, sendo apontadas por 68% dos participantes. 

A nível sexual, grande parte dos participantes referiu redução da frequência (47%) e da satisfação (40%) sexual como consequência da COVID-19, embora 31% e 21% refiram um aumento, respetivamente, da frequência e satisfação sexuais. Relativamente aos comportamentos sexuais, 17% das mulheres e 14% dos homens indicaram um aumento na frequência de atividade sexual com parceiro/a, enquanto 24% das mulheres e 23% dos homens apontam uma diminuição destes comportamentos. 

Ao nível da masturbação, 17% das mulheres e 24% dos homens referiram um aumento da frequência, enquanto 17% das mulheres e 15% dos homens apontaram uma diminuição deste comportamento como consequência da pandemia. Já a maioria dos participantes referiu não ter havido mudanças relativamente ao consumo de pornografia (74% das mulheres e 63% dos homens). Daqueles que referem mudanças, 9% das mulheres e 22% dos homens aumentou a frequência do consumo, enquanto 10% das mulheres e 11% dos homens diminuiu o consumo por consequência da pandemia. 

Uma pequena parte da amostra referiu ter sido mais difícil o acesso a preservativos (4%) e a contraceção no geral (3%) durante o contexto de pandemia. Já 41% das pessoas que necessitaram de realizar testes a infeções sexualmente transmissíveis ou HIV indicaram que o contexto de pandemia impediu ou dificultou o acesso a estes testes. 

Ao nível da violência perpetrada no contexto de intimidade durante o confinamento, 8% dos homens e 7% das mulheres reportaram ter sofrido pelo menos um tipo de violência psicológica e/ou verbal por parte do/a parceiro/a, enquanto a violência física foi reportada por uma percentagem notoriamente menor de homens (2%) e de mulheres (1%). 

Para participar, basta aceder ao link

Mais informações sobre o estudo podem ser encontradas nas páginas do Sexlab ou em  https://ishare.web.unc.edu