Histórico de Destaques

Hepatite C

Hepatite C



Apresentação de diapositivos e texto do Professor Rui Tato Marinho, Secretário-Geral da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

A publicitação deste trabalho tem como objectivo chamar a atenção para o problema que a Hepatite C representa, estimulando o debate, sem, no entanto, vincular a DGS.

 

Diapositivo 2
Existem três tipos principais de hepatites víricas, A, B e C. Destas, a provocada pelo vírus da hepatite C é a que tem maior probabilidade de evolução para as formas crónica. Com efeito, em 85% dos casos o organismo não consegue eliminar o vírus.

Diapositivo 3
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde estima-se que cerca de 3% da população mundial tenha sido infectado pelo vírus da hepatite C (VHC), o que corresponde a 170 a 200 milhões de indivíduos.

Diapositivo 4
A percentagem de infectados na Europa industrializada oscila entre 0,5% no Norte e 2,0% na região sul. Em Portugal não existem estatísticas oficiais, mas calcula-se que 1 a 1,5% da população possa ter tido contacto com o vírus.

Diapositivo 5
A luta contra a hepatite C tem uma curta história, cruzando-se com um período bem conhecido dos portugueses. Curiosamente, nessa data já algém sugeria o nome de hepatite C. No entanto, o vírus só viria ser identificado em 1989.

Diapositivo 6
O VHC é um vírus ARN constituido por 10 proteínas. Está organizado em duas regiões principais: estrutural responsável pela estrutura física do vírus e outra não estrutural com diversas funções particularmentre na replicação vírica. Algumas destas proteínas têm potencial oncogénico, contribuindo para o desenvolvimento do cancro do fígado. 

Diapositivo 7
Aproximadamente 85% dos casos que contraem hepatite C tornam-se crónicos. Destes 20%, evoluem para cirrose hepática. A cirrose hepática é uma situação com risco elevado de cancro do fígado (carcinoma hepatocelular): a probabilidade de um doente com cirrose evoluir para carcinoma hepatocelular é de 4% por ano o que justifica que se faça uma ecografia de 6/6 meses. O objectivo consiste na detecção precoce, com pequenas dimensões, do referido cancro.

Diapositivo 8
O risco de aparecer cancro do fígado nos doentes com cirrose aumenta à medida que os anos passam. É mais elevado nos doentes que estão infectados com os dois vírus (B e C) e suoerior em quem tem hepatite C em comparação com aqueles que têm hepatite B.

Diapositivo 9
Os factores de risco principais para se adquirir a hepatite C são: toxicodependência intravenosa (principalmente pela partilha do material usado no consumo) em 60% dos casos, via sexual (15%), profissões relacionadas com a saúde (para os próprios profissionais). O risco transfusional é inferior a um caso em 100.000 transfusões.

Diapositivo 10
A hepatite C é quase epidémica nos utilizadores de drogas injectadas na Europa, infectando cerca de 80% dos consumidores.

Diapositivo 11
Este estudo italiano mostra o risco dos toxicodependentes adquirirem hepatite C consoante o tempo de consumo. Como se verifica, aos 6 meses de consumo 50% já se infectaram. Por outro lado pode verificar-se que a infecção pelo vírus da hepatite C é mais frequente do que a da hepatite B e SIDA.

Diapositivo 12
Uma das medidas mais importantes para se evitar a hepatite C (e também a SIDA e a hepatite B) consiste na promoção do uso seguro das drogas: já que é extremamente difícil o abandono das drogas, os consumidores devem ser aconselhados no seu uso seguro, ou seja: NÃO PARTILHAR QUALQUER MATERIAL, INCLUINDO ALGODÃO, ÁGUA, DESINFECTANTE.

Diapositivo 13
A Associação Nacional de Farmácias, o Ministério da Saúde e a Comissão Nacional de Luta contra a SIDA em boa hora criaram e promoveram a redução de riscos através da disponibilização de um kit contendo material necessário ao consumo, destinado a reduzir o risco de contrair doenças infecciosas. Este kit é fornecido de forma gratuita em mais de metade das farmácias, em troca de seringas usadas.

Diapositivo 14
A transmissão por via sexual é rara, mas possível. É mais elevada naqueles com múltiplos parceiros sexuais.

Diapositivo 15
A transmissão familiar é rara.

Diapositivo 16
A transmissão duma mãe com hepatite C para o recém-nascido é inferior a 5% dos casos. Apesar de quase todos nascerem com o teste positivo, apenas 5% permanecem infectados. Com efeito, ao fim de 18 meses, quase todos eliminaram o vírus. Não existe indicação para se efectuar cesariana por rotina, nem contra-indicação para a amamentação.

Diapositivo 17
REDUÇÃO DE RISCOS: NÃO PARTILHAR QUALQUER MATERIAL, INCLUINDO ALGODÃO, ÁGUA, DESINFECTANTE, USADO NA DROGA. A HEPATITE C E A SIDA NÃO SE TRANSMITEM APENAS PELA AGULHA OU SERINGA!!!

Diapositivo 18
Portugal é um dos países do mundo onde se consome bebidas alcoólicas de forma excessiva. O CONSUMO É EXCESSIVO SE FOR SUPERIOR A TRÊS BEBIDAS POR DIA NO HOMEM E A DUAS NA MULHER.

Diapositivo 19
É aconselhável que quem tem hepatite C se abstenha do consumo sistemático de bebidas alcoólicas. A partir de uma bebida por dia os níveis de actividade do vírus crescem de forma muito importante. Os alcoólicos que têm hepatite C têm um risco muito elevado de desenvolverem cirrose e muito mais precocemente.

Diapositivo 20
O tratamento actual da hepatite C consta da associação de dois medicamentos: um dado por via subcutânea, uma vez por semana, o Interferão Peguilado em combinação com comprimidos de Ribavirina (4 a 6 por dia, consoante o genótipo e o peso). Com este esquema de tratamento a cura é conseguida em 55 a 60% dos casos. O tempo de tratamento depende do genótipo: 48 semanas no tipo 1 e 4 (no entanto, nestes casos, se a carga vírica não descer determinada quantidade – 2 logaritmos – às 12 semanas o tratamento deve ser suspenso, já que a hipótese de cura é quase nula). No genótipo 3 o tratamento deve ser efectuado durante 24 semanas.

Diapositivo 21
Os vírus da hepatite C não são todos iguais. Existem vários tipos, os chamados genótipos. Os dois tipos mais frequentes em Portugal são o tipo 1 e o tipo 3a. A percentagem de cura ronda os 80% no genótipo 3a e 50% no genótipo 1.

Diapositivo 23
As reacções adversas ao tratamento com interferão são importantes, não surgem em todos os casos, existindo uma grande variação individual. De qualquer modo, 90% conseguem completar todo o tempo de tratamento, apesar das reacções adversas.

Diapositivo 24
O rastreio da hepatite C deve ser efectuado nalguns grupos de pessoas. O teste a usar é o anticorpo “anti-VHC”. Consiste numa análise sanguínea, comparticipada pelo Sistema Nacional de Saúde.