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Maioria das grávidas e mães estão expostas a publicidade sobre substitutos do leite materno e alimentos para bebés
Um estudo inovador da Direção-Geral da Saúde (DGS), através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), revela que 58% das grávidas e mães de crianças pequenas portuguesas estiveram expostas a anúncios publicitários relacionados com a promoção de substitutos do leite materno e de alimentos para bebés.
O relatório, que avaliou a exposição das grávidas e mães de crianças pequenas ao marketing digital de substitutos do leite materno e de alimentos para bebés, foi promovido com o apoio da Região Europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS), e é divulgado no Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade (18 de maio de 2024).
A publicidade mais frequente surge associada a alimentos para bebés. Relativamente aos substitutos do leite materno, foram as fórmulas de crescimento (54%) e de transição (31%) as mais publicitadas.
Este estudo revela que são os snacks que ocupam o topo das categorias mais frequentemente promovidas para grávidas e mães (31%), seguidas dos cereais de pequeno-almoço e papas (23%), dos purés de frutas e similares (23%) e das refeições pré-preparadas ou prontas a consumir (21%). Destaca-se, também, que 74% dos produtos alimentares publicitados não cumprem os critérios de perfil nutricional da OMS.
Para o estudo foi igualmente analisado o conteúdo publicado por 12 criadoras de conteúdo digitais (“influencers”), grávidas ou mães de crianças pequenas, que revelam dados semelhantes. As criadoras de conteúdos digitais analisadas apresentam, com frequência, conteúdo que promove substitutos do leite materno e alimentos para bebés. Nestas publicações é também mais frequente a publicidade a alimentos para bebés (dos anúncios identificados relacionados com a alimentação infantil, 19% eram relativos a substitutos do leite materno e 81% a alimentos para bebés).
Da análise efetuada destaca-se a presença, em quase todos os produtos, de alegações nutricionais e de saúde ou de outras menções nos rótulos destes produtos, que podem contribuir para a sobrevalorização dos mesmos face ao leite materno e face aos produtos menos processados destinados à alimentação infantil.
No que diz respeito ao tipo de plataforma, a rede social Instagram ocupa uma posição de destaque como canal da publicidade, representando mais de metade dos anúncios (64%), seguindo-se o Facebook, com 34%. Estes resultados poderão refletir as redes e plataformas sociais que são mais frequentemente utilizadas pelas participantes no estudo.
Portugal foi o primeiro país da região europeia da OMS a recolher estes dados relativos à monitorização direta do conteúdo publicitado diretamente para grávidas e mães de crianças pequenas, através dos seus dispositivos móveis.