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Não se pode falar de saúde mental sem falar de desigualdade

Não se pode falar de saúde mental sem falar de desigualdade

O diretor do Programa Nacional de Saúde Mental (PNSM) da Direção-Geral da Saúde (DGS), Miguel Xavier, chamou a atenção para a estreita ligação entre a desigualdade e a saúde mental, defendendo que o combate às desigualdades contribuirá para minimizar alguns problemas em Portugal. 

No âmbito das comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental que decorreram no Biocant Park, em Cantanhede, sob o mote “Desigualdades no Século XXI - Pensar a mudança”, Miguel Xavier afirmou que “não se pode falar de Saúde Mental e de organização de serviço de saúde mental sem falar de desigualdade”. 

O médico psiquiatra reforçou a importância do investimento em serviços de proximidade, adiantando que estão programadas novas unidades de internamento que permitam diminuir áreas a cargo dos hospitais psiquiátricos. Está ainda programada a requalificação de serviços, criação de unidades forenses e novas respostas para desinstitucionalização, bem como a validação dos recursos humanos. 

“Temos uma sociedade muito mais sensibilizada para as questões da saúde mental. Temos apoio político e, pela primeira vez, temos financiamento. Agora cabe-nos passar das palavras aos atos”, reforçou. 

Presente na sessão, o Secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, garantiu que esta é uma área que tem merecido a atenção do Governo: “Não é por acaso que a Saúde Mental é uma das principais componentes do Plano de Recuperação e Resiliência, o que reflete tanto a prioridade política que lhe é dada pelo Ministério da Saúde como também o facto de já estarmos a trabalhar nisto há alguns anos”. 

“Agora que se encontrou uma fonte de financiamento significativa, tenho a certeza de que em 2022 concretizaremos algumas das coisas que queremos fazer”, concluiu Diogo Serras Lopes. 

A comemoração visou colocar temas da Saúde Mental nas agendas dos governos, para além de centrar a atenção pública na Saúde Mental global, situando-a como uma causa comum a todos os povos, para além dos limites nacionais, culturais, políticos ou socioeconómicos.