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Programa Nacional da Diabetes apresentou desafios e estratégias 2023

Programa Nacional da Diabetes apresentou desafios e estratégias 2023

A recuperação de vários indicadores de qualidade do seguimento de pessoas que têm Diabetes para níveis pré-pandemia foi sublinhada pelo Subdiretor-Geral da Saúde, André Peralta Santos, durante a sessão de apresentação do relatório do Programa Nacional para a Diabetes (PND) 2023 – Desafios e Estratégias, que decorreu a 14 de novembro de 2023 na Sala Exposições da Câmara Municipal de Lisboa.

Este documento apresenta o panorama da Diabetes em Portugal em 2021-2022, fazendo o ponto da situação dos dados epidemiológicos, um resumo das principais atividades desenvolvidas pelo Programa Nacional para a Diabetes em 2022, bem como o plano de ação previsto para 2023-24.

A melhoria dos indicadores de qualidade de seguimento da Diabetes junta-se à diminuição da mortalidade, com “menos pessoas a morrer com Diabetes, e as que morrem, morrem mais tarde”, frisou André Peralta-Santos. “Com a inovação tecnológica e dos medicamentos é hoje possível oferecermos armas terapêuticas que melhoram o seguimento da pessoa com Diabetes. Vimos o exemplo concreto das bombas inteligentes que conseguem dar mais qualidade de vida às famílias”, disse.

Portugal continua a ser um país com elevada prevalência de Diabetes, e com fatores de risco que devem ser observados, nomeadamente obesidade e baixo consumo de frutas e legumes. André Peralta-Santos defende que “este é um desafio social: não é só na saúde que resolvemos estes problemas”, destacando como exemplo a colaboração com os municípios na construção de projetos e iniciativas sobre esta matéria. Deve ainda refletir-se sobre “o que investimos como sociedade para tratar bem os nossos doentes, que recursos é que estamos a alocar, e ter a noção da sua sustentabilidade social”, defendeu.

Na sessão de apresentação do relatório PND 2023, José Dores, coadjuvante do PND, fez o retrato mais recente da Diabetes em Portugal, ressalvando que “a nível hospitalar o total de admissões com diagnóstico de Diabetes foi de 234 189 admissões em 2021, um valor similar a 2019, [sendo que] a grande maioria são episódios em ambulatório”.

Os novos casos registados em 2022 foram 78 068, com “89% das pessoas com diagnóstico a fazerem uma vigilância regular ao nível dos cuidados de saúde primários e 75% em consulta de enfermagem de vigilância”, referiu José Dores. O número de utentes com avaliação de risco de Diabetes tipo 2 nos Cuidados de Saúde Primários foi de 2 656 452 no período 2020/2022, ou seja, cerca de 46% da população elegível.

Em termos do rastreio populacional da retinopatia diabética foi registada uma melhoria, comparativamente com o período pandémico, destacando-se 45% de taxa de cobertura populacional e 28% de taxa de rastreio populacional.

As atividades desenvolvidas pelo PND em 2022-2023 estiveram organizadas em três eixos: “monitorização e vigilância epidemiológica, promoção da saúde e prevenção da doença, e boas práticas, qualidade e segurança”, explicou Sónia Vale, Diretora do PND. “O rastreio da Diabetes está a abranger grande parte da população, mas precisamos de chegar a outras pessoas”, acentuou.

Lembrando que a literacia é essencial para prevenir e controlar a Diabetes, Sónia Vale destacou as várias iniciativas do PND, que “pretendem chegar à população e profissionais de saúde”. Destaque para a rubrica “Falar Abertamente da Diabetes” com a RTP, o programa "Diabetes em Movimento" e a Joint Action "Care 4 Diabetes", disponíveis aqui.

A sessão contou ainda com uma mesa-redonda sobre o “Tratamento da Diabetes Tipo 1 com Acesso Universal a bombas de Insulina Automáticas” e “Centros de Responsabilidade Integrada: o futuro para a Diabetes”.

 O relatório do Programa Nacional para a Diabetes (PND) 2023 – Desafios e Estratégias está disponível aqui.