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Realizadas 15870 interrupções da gravidez a pedido da mulher em 2022

relatório

Em 2022, foram realizadas 15870 interrupções da gravidez (IG) a pedido da mulher em Portugal, números que traduzem um aumento de 15% face a 2021 e que estão em linha com a tendência verificada noutros países da União Europeia.

De acordo com os dados do Relatório de Análise dos Registos da Interrupção da Gravidez de 2022, que a Direção-Geral da Saúde (DGS) publica hoje, dia 16 de outubro, foram registadas 16471 interrupções, mas a IG por opção da mulher nas primeiras 10 semanas de gravidez manteve-se como principal motivo em todas as idades, representando 96,4% do total. A doença grave ou malformação congénita do nascituro motivou 543 IG (3,3% do total de IG por todos os motivos). 

A incidência da IG (por todos os motivos) por 1.000 Nados Vivos, por Região de Saúde de residência da mulher, aumentou de 180,3 para 196,9 a nível nacional, traduzindo o aumento verificado em todas as regiões. Este indicador é utilizado para comparações internacionais, sendo que Portugal tem mantido registos abaixo da média europeia que, em 2019 (últimos dados disponíveis) era de 209,9. 

A maioria das IG por opção continua a realizar-se nos estabelecimentos de saúde públicos (68,6% do total). O procedimento mais utilizado nestas unidades foi o medicamentoso (98,9%) e, no privado, continuou a ser o cirúrgico (95,3%).

O tempo médio de espera entre a consulta prévia e a realização da IG por opção da mulher foi de 6,4 dias (com uma mediana de 5 dias) e a idade gestacional mediana de interrupção manteve-se nas 7 semanas.

As características sociodemográficas das mulheres que realizam IG por opção da mulher não têm variado significativamente. O grupo etário que realizou maior número absoluto de IG e onde se registou também maior incidência, continua a ser o dos 20-24 anos, logo seguido dos 25-29 anos. A percentagem de IG antes dos 20 anos manteve os valores de 2021 (8,6%). Nas IG por opção da mulher, à semelhança de anos anteriores, a mediana de idade da mulher manteve-se nos 28 anos.

O número de mulheres não portuguesas a interromper a gravidez por opção tem aumentado ligeiramente (28,9% em 2022, 25,9% em 2021 e 24,6% em 2020), em consonância com o aumento de mulheres estrangeiras a residir em Portugal.

A maioria das mulheres continua a recorrer por iniciativa própria à unidade em que realizou a IG, o que pode revelar maior autonomia e facilidade no acesso.


Mais de 90% das mulheres aderem a método contracetivo após interrupção

A adesão à utilização de um método contracetivo após IG por opção da mulher, em 2022, foi de 92,6%. A opção por métodos de longa duração apresentou um ligeiro decréscimo (cerca de 2,5 pontos percentuais) relativamente a 2021, tendo-se situado nos 35,1%. A opção por método hormonal oral ou injetável foi de 37,6%, aumentando 1 ponto percentual relativamente ao ano anterior. 

Os registos obrigatórios da IG são essenciais para monitorizar e melhorar os cuidados e os direitos das mulheres e famílias. Promover e proteger o acesso a estes cuidados é essencial para uma decisão informada e segura.

O acesso a informação e o aconselhamento em saúde sexual e reprodutiva são fundamentais para promover escolhas e decisões esclarecidas que se ajustem às circunstâncias e necessidades específicas de cada pessoa. 

A DGS disponibiliza no site um conjunto de informações sobre o aborto seguro e sobre planeamento familiar e contraceção:

-   Aborto/Interrupção da gravidez; Consentimento livre e esclarecido para a interrupção da gravidez em várias línguasPlaneamento Familiar; Consenso sobre Contraceção; Contraceção de Emergência.


Consulte o relatório aqui.