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Relatório n.º 3 da Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização

Relatório n.º 3 da Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publica hoje o Relatório n.º 3 da Resposta Sazonal em Saúde - Vigilância e Monitorização.

Os pontos do resumo desta semana são:

- Na semana em análise (semana 51 de 2022), observaram-se temperaturas do ar acima do esperado para esta época do ano.

- As coberturas vacinais contra a COVID-19 e contra a Gripe são elevadas. A cobertura vacinal contra a gripe (73%) encontra-se próxima da recomendada pelo ECDC e OMS (75%) para os grupos etários com 65 ou mais anos.

- Foi reportada pelo INSA uma atividade epidémica da gripe com tendência crescente. Desde o início da época, verificou-se um predomínio do subtipo A(H3) (88,9%), associado a maior gravidade nas populações mais vulneráveis. Foi também identificado o subtipo A(H1)pdm09 (10,3%).

- Ao nível da região europeia, a atividade gripal aumentou para 31% de positividade, ultrapassando o limiar epidémico pela sexta semana consecutiva. Ambos os vírus influenza, tipo A e tipo B, foram detetados, sendo o subtipo A(H3) dominante nos sistemas de vigilância sentinela e o vírus A(H1)pdm09 nos sistemas de vigilância não sentinela.

- A notificação de casos de infeção por SARS-CoV-2 apresentou uma tendência decrescente. A análise epidemiológica dos indicadores de COVID-19 deve ter em conta as alterações na notificação laboratorial no início de outubro 2022 (quebra de série). A variante de SARS-CoV-2 Omicron BA.5 manteve-se dominante, com aumento da prevalência da sub-linhagem BQ.1.

- A nível mundial, a notificação de casos de infeção por SARS-CoV-2 apresenta uma tendência estável, continuando a linhagem BA.5 a ser dominante. Verificou-se um aumento do número de casos diários de infeção por SARS-CoV-2 na China nos últimos dias. De acordo com o ECDC, poderá existir incompletude da informação partilhada pela China. Esta situação deve ser acompanhada de perto nas próximas semanas.

- Observou-se uma diminuição do número de consultas nos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde face à semana 50 de 2022 (12 a 18 de dezembro de 2022) e uma ligeira diminuição da proporção de consultas por síndrome gripal (-0.08 pontos percentuais). Estes valores devem ser interpretados considerando a ocorrência de tolerância de ponto.

- Face à semana 50 de 2022, a procura do SNS24 (atendimentos triados) diminuiu, bem como, a procura do INEM (chamadas).

- Verificou-se uma ligeira diminuição da proporção de episódios de urgência hospitalar por síndrome gripal. Os episódios reportados corresponderam sobretudo a adultos jovens (19-59 anos). A proporção de episódios de urgência por síndrome gripal com destino o internamento apresentou uma tendência crescente (12,6% dos episódios com síndrome gripal com destino o internamento).

- Nas UCI, observou-se uma diminuição na ocupação de camas dedicadas a COVID-19 e uma diminuição da proporção de casos reportados com gripe. Verificou-se uma tendência estável do número de internamentos observada em enfermaria por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em menores de 2 anos de idade.

- A mortalidade geral esteve acima do esperado para a época do ano, tendo-se observado um excesso de mortalidade na região Norte, e no grupo etário acima dos 75 anos. A mortalidade específica por COVID-19 apresentou uma tendência decrescente, abaixo do limiar recomendado pelo ECDC.

- A análise semanal sustenta a manutenção da vacinação sazonal contra a COVID-19 e o reforço da necessidade de utilização do SNS24 como primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde.

- O aumento da atividade gripal nos grupos etários mais velhos sustenta o reforço da comunicação da necessidade de adoção de medidas de proteção individual pela população e grupos específicos, durante as festividades. Estas medidas incluem a etiqueta respiratória, a lavagem e/ou desinfeção frequente das mãos, a limpeza e desinfeção de equipamentos e de superfícies, o arejamento e ventilação de espaços, a proteção em contextos de risco de exposição a vírus respiratórios (como espaços com aglomerados de pessoas, sobretudo sem ventilação adequada) através do distanciamento e a utilização de máscaras. Mais informação pode ser consultada aqui

- Recomenda-se a manutenção dos planos de contingência ativados e das medidas previstas nos mesmos, de forma a responder ao aumento da procura dos serviços de saúde (incluindo as escalas de recursos humanos, alargamento de horários e ajuste da atividade programada).