Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais

Historicamente, o primeiro Inquérito Nacional foi realizado em 1983-84, numa parceria entre a OMS/DGS/ESMDL e deu-nos o primeiro retrato da saúde oral dos portugueses. Neste estudo, aos 6 anos os índices cpod e CPOD eram de 5,2 e 0,5, respetivamente. Aos 12 anos o índice CPOD era de 3,8.                                                                                  

Em 2000, foi realizado e publicado pela Direção-Geral da Saúde o Estudo Nacional de Prevalência da Cárie Dentária na População Escolarizada representativo da população escolar, cujo objetivo era avaliar a prevalência da cárie dentária na população que frequentava os estabelecimentos de ensino público com 6, 12 e 15 anos de idade. Neste estudo a percentagem de crianças livres de cárie dentária, aos 6 anos, era de 33% e o índice CPOD, aos 12 anos de idade, era de 2,95. Nas conclusões recomendava-se a realização de um novo estudo a cada 5 anos e propunha-se que, para além da avaliação da prevalência da cárie dentária, se estudasse a prevalência das doenças periodontais, o nível socioeconómico, o nível de conhecimentos e o tipo de comportamentos preventivos sobre saúde oral das crianças e dos jovens.

O Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, realizado no ano letivo 2005/06, teve como objetivo avaliar a prevalência da cárie dentária, das doenças periodontais e da fluorose, bem como compreender alguns dos seus determinantes, nomeadamente, os relacionados com os hábitos alimentares e de higiene oral. Foi um estudo transversal a uma amostra aleatória de 2612 crianças de 6, 12 e 15 anos de idade, representativa de todas as regiões de saúde do Continente e das Regiões Autónomas, que frequentavam as escolas públicas do ensino básico.

Dos resultados, destacamos o índice CPOD aos 6, 12 e 15 anos, respetivamente de 0,07, 1,48 e de 3,04, com variações regionais significativas. Aos 12 e aos 15 anos de idade, a Região de Lisboa e Vale do Tejo apresentava o menor índice de cárie dentária (0,84 e 1,80, respetivamente) e a menor gravidade da doença, enquanto a Região dos Açores, aos 12 anos e da Madeira, aos 15 anos, se destacavam pelos motivos inversos. De 2000 para 2006, aos 12 anos, verificou-se um aumento de 30% de jovens com os dentes tratados. Estes ganhos em saúde oral resultaram, em grande parte, do processo de contratualização com o setor privado para a prestação de cuidados médico-dentários às crianças e jovens.

No final de 2015, foi divulgado o III Estudo Epidemiológico Nacional das Doenças Orais que, pela primeira vez, demonstra resultados sobre o estado da saúde oral dos portugueses com 18 anos, entre os 35-44 anos e os 65-74 anos de idade.  
 
Dos resultados destaca-se:

• Redução do índice CPOD (dentes cariados, perdidos e obturados) que, aos 12 anos, era de 2,95, no ano 2000, de 1,48, em 2006, e de 1,18 em 2013;
• Aumento da percentagem de jovens com gengivas saudáveis que em 2006, aos 12 anos era 29% e aos 15 anos era 22%, enquanto em 2013, aos 12 anos era 51,7% e aos 18 anos 41,8%
• Aumento do número médio de dentes com selantes de fissura que, em 2006, aos 12 anos era 1,60 e aos 15 anos era 0,86 e, em 2013, aos 12 anos era 3,61 e aos 18 anos era 1,31;
• Aumento da percentagem de crianças e jovens que escovam os dentes à noite, antes de deitar, que em 2006, aos 6 anos era de 35%, aos 12 anos 51% e aos 15 anos era de 45%, enquanto em 2013 aos 6 anos essa percentagem era de 84%, aos 12 anos, 87% e aos 18 anos 84%.

Mais informações: Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral

 https://www.saudeoral.min-saude.pt/pnpso/public/index.jsp