Poliomielite

Programa Nacional de Erradicação da Poliomielite - Plano de Ação Pós-Eliminação

Portugal iniciou em 1995, de acordo com as regras instituídas pela Organização Mundial da Saúde, o Programa Nacional de Erradicação da Poliomielite que além da manutenção de elevadas coberturas vacinais, exige a manutenção de um sistema de vigilância que permita a deteção atempada de casos.

O vírus da poliomielite é muito contagioso e atinge principalmente crianças pequenas.

Em 1988, teve inicio um movimento global (Global Polio Erradication Initiative), para assegurar a vacinação de todas as crianças contra a poliomielite. Cerca de 350 000 crianças por ano eram infetadas por esta doença em mais de 125 países.

Desde 1988 até 2016, foram vacinadas 2,5 mil milhões de crianças em todo o mundo, tendo-se verificado a redução do número de casos em cerca de 99%. Em 2016 foram reportados 37 casos, em 2017 e até à data foram reportados 10 casos, em três países: Afeganistão, Paquistão e Nigéria.

Portugal aderiu à iniciativa de Erradicação da Poliomielite em 1988, sendo um dos estados financiadores da iniciativa comprometendo-se a eliminar a doença e a circulação do vírus no País.

O último caso de poliomielite, com paralisia por vírus selvagem, registado em Portugal verificou-se em 1986, estando a doença, oficialmente, eliminada desde 2002, por Certificação Europeia concedida pela Organização Mundial da Saúde. A eliminação desta doença em Portugal, foi alcançada através de uma campanha maciça de vacinação em 1965/66 e pela aplicação, com elevadas coberturas, do Programa Nacional de Vacinação (PNV), desde 1965 até hoje.

A vacinação é a melhor medida preventiva para reduzir o risco de circulação do vírus da poliomielite a nível mundial e a única que permite erradicar a doença do Planeta.

Norma nº 017/2014 de 27/11/2014 - Programa Nacional de Erradicação da Poliomielite - Plano de Ação Pós-Eliminação.

 

30/01/2018 - Isolamento do vírus vacinal da poliomielite em Portugal

A Direção-Geral da Saúde informa:

  1. Em 30 de janeiro de 2018, foi comunicado à DGS, pelo Laboratório Nacional de Referência da Poliomielite - Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, o isolamento do vírus da poliomielite do tipo 1, numa criança com imunodeficiência combinada grave, proveniente de Cabo Verde, em tratamento num hospital português.
  2. A criança não apresenta sintomas compatíveis com poliomielite ou paralisia flácida aguda e, devido à sua condição de saúde, foi mantida em isolamento no hospital desde a sua chegada a Portugal.
  3. Após receção da comunicação laboratorial e dado suspeitar-se de vírus vacinal, foi de imediato ativado o Nível de Alerta 2 do “Plano de Ações de Resposta à eventual importação do vírus da Poliomielite” e foram ainda, implementadas as medidas de saúde pública em conformidade com a Norma nº 17/2014 de 27/11/2014.
  4. O vírus isolado foi enviado ao Laboratório de Referência Europeu para a Poliomielite que confirmou tratar-se de vírus vacinal, o que é compatível com a história vacinal da criança, vacinada à nascença em Cabo Verde com a vacina oral de vírus atenuado da poliomielite. Está descrita a excreção prolongada do vírus vacinal de poliomielite em crianças com imunossupressão grave.
  5. Procedeu-se à investigação epidemiológica, tendo sido identificados os contactos próximos, cujo estado vacinal foi verificado, e dado cumprimento ao preconizado no Programa Nacional de Vacinação e no Programa Nacional de Erradicação da Poliomielite. De acordo com a avaliação do risco efetuada, estão a ser rastreados alguns contactos próximos da criança.
  6. Conforme previsto, foram notificados os parceiros nacionais e internacionais.
  7. Continuam em curso a investigação epidemiológica e a monitorização da excreção do vírus pela criança.
  8. Atualmente, não existe necessidade de implementação de medidas adicionais para além das anteriormente descritas. A informação será atualizada sempre que pertinente.

 

História de um sobrevivente de poliomielite