O que é o cancro?

O Cancro é um conjunto de doenças em que um tipo de células se multiplica, sem parar, invadindo os tecidos vizinhos.

O Cancro pode surdir em qualquer parte do nosso corpo, Nas células normais a sua multiplicação depende das necessidades do nosso organismo, respeitam os limites normais dos tecidos e à medida que as células envelhecem vão morrendo. No Cancro este processo ordenado é substituído pelo crescimento anárquico, as células passam a ser resistentes à morte programada e ganham uma vantagem em relação às células normais, ocupando o lugar destas.

O que provoca o Cancro?

Alguns produtos químicos são causas conhecidas de cancro, como é o caso de alguns componentes do tabaco, os benzenos, as anilinas, o álcool, diversos produtos hormonais, etc.

É também conhecido o efeito da radiação Ultravioleta e das radiações ionizantes, como os raios X ou os raios gama.

Alguns agentes infeciosos como o vírus do papiloma humano (relacionado com o cancro do colo do útero), o vírus da Hepatite B e da Hepatite C (ligados ao cancro do fígado), o vírus da imunodeficiência humana, o vírus de Epstein-Barr, bactérias como o helicobacter pylori, entre outros.

Alguns cancros têm origem genética hereditária, como os ligados a mutações do BRCA1 e do BRCA2, e passam de geração em geração.

Outros fatores como a obesidade e o sedentarismo são também causas conhecidas de cancro.

Para um número significativo de cancros não se conhece a causa.

Quantos casos de Cancro existem em Portugal?

Em Portugal ocorrem aproximadamente 50 000 casos de cancro por ano. Este número tem vindo a aumentar todos os anos, devido essencialmente ao envelhecimento da população. Este aumento tem ocorrido em toda a Europa.

O que é um rastreio de Cancro?

Um rastreio é a realização de um programa organizado, com o objetivo de diagnosticar lesões pré-cancerosas ou cancros em fase inicial, antes do aparecimento de sintomas, para permitir o tratamento precoce.

Quais são os cancros alvos de rastreio?

Os cancros alvos de rastreio em Portugal são os Cancro do Colo do Útero e da Mama, nas senhoras, e o Cancro Colorectal em ambos os sexos.

É possível evitar o Cancro?

Levar estilos de vida saudável permitiria evitar metade dos casos de cancro.

Uma dieta equilibrada rica em frutas e legumes, não exceder um consumo moderado de álcool, evitar completamente o tabaco, praticar exercício físico, cumprir com o programa nacional de vacinações em dia, evitar a exposição solar nas horas de maior risco, são medidas eficazes e sem custos significativos.

O que é um segundo Cancro?

As pessoas que já tiveram um diagnóstico de cancro, podem ter um outro tumor, independente, que não tem relação com a primeira doença. Isto acontece por vários mecanismos:

  • As causas externas do primeiro tumor podem originar um outro cancro, por exemplo, um fumador pode ter primeiro um tumor do pulmão e depois um tumor das cordas vocais, tendo ambos relação com o tabaco, mas sendo tumores independentes.
  • A sensibilidade do indivíduo pode-se manifestar em dois órgãos. Podemos dar como exemplo um mulher com uma alteração genética do tipo BRCA2 pode ter primeiro um tumor da mama e depois um tumor do ovário,
  • Alguns tratamentos para o cancro aumentam o risco de outros tumores, por lesarem os cromossomas das células normais, podendo aumentar o risco de outro cancro. Sabemos também que a sensibilidade a agentes externos, como o tabaco e a radiação ultravioleta é maior, pelo que as medidas de prevenção são ainda mais importantes após o diagnóstico de cancro.
  • À medida que envelhecemos vamos aumentando o risco de ter um cancro, e isto é verdade tanto para as pessoas que nunca tiveram cancro como para as outras.

É possível curar o cancro?

Muitos cancros podem ser curados, mas não todos e nem sempre.

Cura significa que o tratamento fez o cancro desaparecer, e que não volta a aparecer. É raro um médico estar seguro que o cancro não pode voltar a aparecer. Na maioria dos casos é preciso tempo, e quanto mais tempo passa sem sinais da doença, maior a probabilidade de o tumor não voltar.

Quais são os doentes que têm isenção de taxas moderadoras, em oncologia?

  • Os utentes que realizem consultas e exames complementares no âmbito do tratamento do cancro.
  • Os doentes com incapacidade superior ou igual a 60%, comprovada por atestado multiusos.
  • Os doentes com incapacidade económica, com rendimento mensal inferior a 1,5 x o indexante dos apoios sociais.
  • Doentes transplantados.
  • Crianças e jovens até aos 18 anos de idade.
  • Estão isentos de taxa os tratamentos de doença oncológica.

A quem está assegurado o pagamento dos encargos com o transporte não urgente, para prestação de cuidados de saúde?

  • Aos doentes com incapacidade superior ou igual a 60%.
  • Aos menores com doença limitante ameaçadora da vida.
  • Aos doentes transplantados.
  • Aos doentes oncológicos.

Os medicamentos oncológicos têm comparticipação especial?

Os chamados analgésicos fortes, para o tratamento da dor oncológica têm um regime especial de comparticipação, em que o Estado paga 95% do valor do medicamento.

Os medicamentos cedidos pelos hospitais do SNS para o tratamento do cancro, são fornecidos sem encargos para os doentes.