Direção-Geral da Saúde

Informação Ambulatório


2  PERGUNTAS SOBRE ANTIBIÓTICOS

1. O que é o Dia Europeu dos Antibióticos?
 
O Dia Europeu dos Antibióticos é uma iniciativa do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças Infecciosas (European Centre for Prevention and Control of Infectious Diseases, ECDC), a agência da União Europeia para a área da Saúde.

O Dia Europeu dos Antibióticos celebra-se no dia 18 de novembro de cada ano, tendo tido a sua primeira edição em 2008.

A Semana Mundial dos Antibióticos é uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), celebrando-se, englobando o Dia Europeu dos Antibióticos.

O Dia Europeu dos Antibióticos e a Semana Mundial dos Antibióticos têm por objectivo sensibilizar para a utilização correta dos antibióticos, o que é uma responsabilidade de todos, cidadãos e profissionais de saúde envolvidos na sua prescrição e distribuição, a nível humano e animal, contribuindo para a diminuição da resistência das bactérias aos antibióticos.

Em Portugal o Dia Europeu dos Antibióticos 2016 é celebrado através de diversas iniciativas destinadas ao Público em geral, aos Profissionais de Saúde e a Estudantes das áreas da Saúde.

Para aceder ao “website” do Dia Europeu dos Antibióticos vá a:
 http://ecdc.europa.eu/PT/eaad/Pages/Home.aspx.


2.    O que pode fazer para reduzir a emergência de bactérias resistentes?

Antes de iniciar qualquer antibioterapia empírica verifique a seguinte “checklist” de condições:
  • Existe uma elevada probabilidade de infeção bacteriana e não uma colonização ou infeção viral?
  • Verificou se o doente tomou antibióticos ou imunosupressores, esteve hospitalizado ou institucionalizado nos últimos 3 meses?
  • Verificou se existem resultados microbiológicos recentes, que possam orientar a antibioterapia?
  • O antibiótico escolhido, bem como a posologia e a duração da terapêutica estão de acordo com recomendações locais, nacionais ou internacionais?
  • Verificou se existem alergias e/ou comorbilidades, tais como insuficiência renal ou hepática?
  • Para antibioterapia com quinolonas, na ausência de alternativas, discutiu a antibioterapia com o seu GCLPPCIRA sempre que necessário e possível?

  1. Não prescreva antibióticos para infeções respiratórias em doentes sem factores de risco e sem critérios de gravidade que se apresentem nas primeiras 48 horas de evolução. Pode utilizar um biomarcador (Proteína C Reactiva, PCR, ou outro) para guiar a decisão de início de antibioterapia. Pode efetuar uma prescrição diferida: emita uma receita mas diga ao doente para apenas levantar a medicação se mantiver febre ou agravar as queixas ao fim de 3 dias de sintomas.
  2. Não prolongue as durações de terapêutica para além do indicado, o que apenas se traduz por maiores efeitos secundários e maiores resistências.
  3. Evite prescrever quinolonas.
  4. Não peça uroculturas de rotina, em particular a residentes de cuidados continuados ou residenciais. Muitos estão colonizados com bactérias, não necessitando de antibioterapia.
  5. Complemente sempre o pedido de urocultura com um exame sumário de urina (urina II), valorizando essencialmente a esterase leucocitária (sugestiva de infeção).
  6. Não  prescreva antibióticos para bacteriúrias assintomáticas.
  7. Informe o seu doente da razão porque está a prescrever um antibiótico e dos efeitos secundários, nomeadamente diarreia.
  8. Explique a duração do tratamento e o horário das tomas. Se por acaso o doente esquecer uma toma, recomende-lhe que recomece logo que possível e faça um acerto depois.
  9. Diga aos doentes para não guardarem em casa sobras de embalagens de antibióticos, devolvendo-os numa farmácia.
  10. Desaconselhe a automedicação.