Direção-Geral da Saúde

Prevenção e Controlo do Tabagismo

 

O consumo de tabaco é um dos mais graves problemas de saúde pública a nível mundial. Segundo a OMS, o tabaco mata atualmente cerca de 7 milhões de pessoas todos os anos e poderá vir a matar mais de 8 milhões por ano, até 2030, se não forem intensificados os esforços de prevenção e controlo (WHO, 2017).

 

 

 

 

Constitui, presentemente, a primeira causa isolada evitável de doença e de morte prematura nos países desenvolvidos, contribuindo para seis das oito primeiras causas de morte a nível mundial (WHO, 2008).


De acordo com estimativas do Institute of Health Metrics and Evaluation, no ano de 2016, o tabaco contribuiu para a morte de mais de 11 800 pessoas residentes em Portugal, por doenças provocadas ou agravadas pelo consumo ou pela exposição ao fumo do tabaco.

 

 

 

As pessoas fumadoras têm um risco de adoecer e morrer por doenças graves e incapacitantes 2 a 3 vezes superior ao das pessoas que nunca fumaram, perdendo em média 10 anos de expectativa potencial de vida.

 

 

 

 

O fumo do tabaco é uma mistura complexa e dinâmica de gases e partículas, na qual foram identificadas mais de 7000 substâncias. Destas, cerca de 70 podem provocar cancro em diferentes localizações, centenas são tóxicas e nocivas para todo o organismo humano, em particular para o sistema respiratório, o sistema cérebro e cardiovascular e a função sexual e reprodutiva.

O fumo ambiental do tabaco é nocivo para a saúde das pessoas expostas, não existindo, de acordo com a rganização Mundial de Saúde, um nível seguro de exposição. A proteção da exposição ao fumo ambiental do tabaco constitui, por este motivo, um imperativo no contexto das políticas de saúde pública.

 

 

 

Das mais de 7000 substâncias presentes no fumo do tabaco, uma é particularmente responsável por desencadear dependência: a nicotina.

A nicotina é uma substância psicoativa, tóxica, que atinge o cérebro em poucos segundos após a sua entrada na corrente sanguínea, depois de inalada ou absorvida através das mucosas ou da pele.

Os jovens são o grupo mais vulnerável aos efeitos cerebrais da nicotina e à possibilidade de ficarem dependentes, devido, entre outros fatores, à imaturidade do seu córtex pré-frontal. Mais de 90% dos consumidores adultos começaram a fumar neste período. Por esse motivo, evitar que os jovens comecem a fumar é a principal estratégia de prevenção primária do tabagismo.

 

 

 

Dado o tempo de latência entre o início do consumo e o aparecimento das doenças crónicas que dele decorrem, conseguir que os atuais fumadores parem de fumar é uma estratégia decisiva para reduzir a incidência destas doenças, nos próximos vinte a trinta anos.