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Mensagem aos fumadores do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias e do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo

É Fumador com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica?

Então saiba as razões porque deve deixar de fumar!

Deixar de fumar é extremamente difícil mesmo depois de lhe ter sido diagnosticado DPOC. Contudo de acordo com investigações feitas, deixar de fumar é o metodo mais efetivo para abrandar o avanço ou agravamento da sua doença, evitando assim mais danos para os seus pulmões.

Quanto mais cedo deixar de fumar, tanto melhor para os seus pulmões e para o risco de vir a sofrer de outras doenças relacionadas com o tabaco.

Logo a seguir a deixar de fumar, notará benefícios importantes. O seu cansaço respiratório diminuirá dentro de duas a quatro semanas após ter parado de fumar. A pressão arterial, o ritmo cardíaco e a circulação também vão melhorar. Os níveis de monóxido de carbono no seu sangue provocados pela inalação do fumo do tabaco também vão diminuir drasticamente e de modo imediato fazendo com que o seu sangue transporte mais oxigénio. A sua capacidade pulmonar aumentará e os brônquios vão ficar mais dilatados tornando a respiração mais fácil, o que lhe permitirá também ter um nível de atividade maior.

Por outro lado, quando parar de fumar reduzirá também os riscos relacionados com o tabagismo passivo para os membros da sua família (qualidade do ar dentro de casa e fora de casa, sempre que fumar junto deles). Também as suas crianças ou os seus adolescentes terão menor probalidade de começar a fumar.

Conheça 8 ajudas para deixar de fumar.

1. Saiba que é possível

Acreditando que é possível, é meio caminho andado. Em todo o mundo milhões de pessoas que no passado foram fumadores, hoje estão livres do tabaco. Os relatórios do CDC (Centers for Disease Control) afirmam que cerca de metade dos fumadores adultos que tentaram deixar de fumar foram bem-sucedidos. Isto não significa que se trata de algo fácil, mas antes que é possível!


2.  Não tente fazê-lo sózinho

Terá maior probabilidade de sucesso se recorrer a uma consulta de cessação tabágica onde profissionais de saúde experientes nesta área lhe poderão prestar a melhor ajuda personalizada e adequada à sua situação.

3. Identifique e evite estímulos que o levem a fumar

Uma das coisas que o pode ajudar mais, é identificar aquilo que o leva a desejar fumar, incluindo situações específicas, atividades, sentimentos e pessoas. Um estímulo é algo que o seu cérebro relaciona com o ato de fumar. Os estímulos são diferentes de fumador para fumador, pelo que antes de deixar de fumar os deve identificar, anotar e planear estratégias ou truques para os evitar. O período em que vai estar mais vulnerável a esses estímulos será durante os primeiros três meses e por isso terá maior probabilidade de voltar a fumar.

Alguns ambientes ou comportamentos podem desencadear a necessidade de fumar. Por exemplo muitas pessoas têm o hábito de fumar quando bebem álcool. Aqui o truque será fazer uma mudança para bebidas não alcoólicas ou beber apenas em locais onde seja proibido fumar. O factor desencadeante poderá ser a socialização com outros amigos que também fumam. Aqui a estratégia será avisar os seus amigos que está a deixar de fumar pedindo-lhes compreensão para não o fazerem junto de si. Outro desencadeante comum poderá ser o fim de uma refeição ou sempre que toma café. A estratégia será acabar a refeição com uma sobremesa, ou substituir o café por chá ou até mesmo utilizar substitutos da nicotina.

4. Não escolha o método de parar de fumar abruptamente

Deixar de fumar abruptamente de um dia para o outro é talvez o método mais direto para deixar de fumar, mas raramente funciona. De acordo com a American Lung Association 95% das pessoas que tentaram parar de fumar desta forma acabaram por ter recaídas e voltar a fumar. Quando se eliminam abruptamente, os níveis de nicotina os sintomas de privação poderão tornar-se intoleráveis.

5. Utilize múltiplos métodos

A probabilidade de sucesso aumenta quando se utilizam múltiplos métodos, porque o ato de fumar corresponde tanto a uma adição (dependência) física da nicotina, como a um hábito psicológico. Assim, o sucesso no parar de fumar estará dependente de atuar tanto ao nível dos hábitos e das rotinas, como ao nível da dependência da nicotina. A melhor metodologia para si será sempre aquela que, na sua opinião, será capaz de cumprir.

6. Elabore um plano para deixar de fumar

  • Estabeleça uma data para deixar de fumar
    É importante ter tempo para se preparar e para seguir um plano, pelo que essa data  (dia D) deve dar- lhe tempo suficiente para se preparar, mas não ser suficientemente afastada de modo a não perder a motivação (entre duas a quatro semanas)
     
  • Informe a família, amigos e colegas que vai deixar de fumar
    Diga-lhes que vai precisar da sua ajuda e encorajamento. Se possível arrranje um companheiro que queira também para de fumar, de modo a haver entreajuda.
     
  • Preveja e prepare-se e para as dificuldades que irá enfrentar
    A maior parte das recaídas ocorrem nos primeiros três meses. Pelo que deverá planear de forma antecipada em conjunto com os profissionais de saúde da consulta de cessação tabágica a forma de ultrapassar os problemas relacionados com a privação e o desejo intenso de fumar.
     
  • Remova de sua casa os cigarros e outras formas de tabaco
    Não fique com um maço de emergência. Acabe com os cinzeiros, isqueiros e fósforos. Lave as suas roupas e tente livrar-se do cheiro a tabaco, não se esquecendo do carro.
     
  • Planeie com o seu médico as consultas de acompanhamento

7. Medicamentos utilizados na cessação tabágica

A utilização de medicação aumenta a probabilidade de sucesso num programa de cessação tabágica. Fale com o seu médico, acerca das melhores opções para si.

Os medicamentos actuam no sentido de evitar os sintomas de privação da nicotina. São mais eficazes se fizerem parte de um programa abrangente para parar de fumar, conduzido no âmbito de uma consulta de cessação tabágica. 

Substitutos da nicotina - a terapêutica de substituição da nicotina baseia-se na substituição dos cigarros, por outros substitutos da nicotina como os adesivos ou as gomas. O seu princípio de actuação baseia-se na libertação para o sangue de pequenas doses de nicotina duma forma sustentada, a fim de evitar os sintomas de privação, sem o alcatrão e todos os outros constituintes tóxicos do tabaco (que são mais de quatro mil). Este tipo de tratamento para além de atuar na dependência física da nicotina, vai também possibilitar-lhe o quebrar com as rotinas e hábitos relacionados com a dependência psicológica do tabaco, facilitando-lhe a concentração na aprendizagem de novos comportamentos.

Medicamentos sem nicotina - são todos os fármacos sem nicotina que actuam minimizando os sintomas de privação. Neles incluem-se a bupropiona e a vareniclina e necessitam de prescrição médica.


8. Não se culpabilize se tiver uma recaída

As recaídas são frequentes. Muitas pessoas param de fumar e retomam o hábito várias vezes antes de pararem definitivamente. Não gaste energias a culpabilizar-se. Pelo contrário, gaste-as a analisar qual a parte do seu plano que se revelou mais frágil. Considere essa análise como uma experiência adquirida e prepare-se para o sucesso da próxima tentativa. Não desanime o parar de fumar é um processo que leva algum tempo.