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Vacinação contra infecções por Vírus do Papiloma Humano (HPV)

Resumo

Vírus do Papiloma Humano (HPV)

  • Identificados mais de 200 tipos de HPV.
  • Classificados em vírus de “baixo risco” e “alto risco”, em função do seu potencial oncogénico.
  • A infecção por HPV é mais frequente nos mais jovens e nos primeiros anos após início da actividade sexual sendo a infecção de transmissão sexual mais frequente nestas idades.
  • A maioria das infecções regride espontaneamente; cerca de 10% persistem e 3 a 4% evoluirão para  lesões intraepiteliais, das quais 0,7 a 1% poderão evoluir para lesão de alto grau. Destas, 0,1% evoluirão para cancro invasivo se não detectadas e tratadas precocemente.
  • A evolução para cancro do colo do útero (CCU) é muito lenta e, geralmente, assintomática.
  • Aproximadamente 100% dos casos de CCU estão relacionados com infecção por HPV.
  • O CCU é o 2º cancro mais comum nas mulheres, a nível mundial.
  • Mortalidade total por CCU (Portugal, 2005): 4,5/100.000 acima dos 15 anos de idade.
  • 70 a 75% dos casos de CCU estão relacionados com infecção pelos genótipos 16 e 18.
  • 90% de casos de condilomas estão relacionados com infecção pelos genótipos 6 e 11.

Vacinas contra HPV

  • Vacina bivalente - inclui os genótipos 16 e 18.
  • Vacina tetravalente - inclui os genótipos 16, 18, 6 e 11.
  • As vacinas contra HPV são produzidas por tecnologia recombinante. São constituídas por partículas semelhantes aos vírus (virus like particles - VLP), não infecciosas.
  • As vacinas são seguras e eficazes.
  • A vacinação completa implica a administração de três doses por via intramuscular, não sendo para já possível excluir a necessidade de reforços.
  • As vacinas protegem contra os genótipos de HPV ainda não adquiridos, pelo que devem ser preferencialmente administradas antes do início da actividade sexual.

Vacinação

Proposta da DGS com a assessoria da Comissão Técnica de Vacinação (CTV)

a) Vacinação anual de rotina, integrada no Programa Nacional de Vacinação (PNV), das raparigas com 13 anos de idade, iniciando-se em 2008, com a coorte nascida em 1995;
b) Campanha de repescagem, entre 2009 e 2011, inclusive, vacinando a coorte de raparigas que completa 17 anos de idade no ano da campanha (coortes nascidas em 1992, 1993 e 1994);
c) A partir da altura em que estiver terminada a repescagem, passar-se-á a vacinar apenas uma coorte por ano.

A CTV considera ainda ser de ponderar a comparticipação da vacina, tendo em atenção questões de acessibilidade, equidade e justiça social uma vez que, além das jovens abrangidas pela vacinação no âmbito do PNV e pela respectiva “campanha de repescagem”, mulheres jovens de outras idades poderão também beneficiar com a vacinação.

A vacina que integrará o Programa Nacional de Vacinação (PNV) é escolhida através de concurso realizado pela Administração Central do Sistema de Saúde, I. P. (ACSS), com a colaboração da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Poderão ser submetidas a concurso a vacina bivalente e a vacina tetravalente no entanto, apenas será escolhida uma delas, uma vez que não são intercambiáveis.